sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ritimo Forte-Batida Certeira...


Bocada - Forte ::: Reportagens

Ritmo forte, rima certeira.





As faixas do álbum "Da Lama ao Caos" trazem letras politizadas e intercaladas nos sons de samples, tambores e guitarras. Em "Monólogo ao Pé do Ouvido", Chico science remete aos tempos dos líderes revolucionários:"Viva Zapata, viva Sandino,Antônio Conselheiro, todos os Panteras Negras, Lampião sua imagem e semelhança.Eu tenho certeza, eles também cantaram um dia...


"Na composição de Fred Zero 4, Science rima algo forte, irônico e atual: "Computadores fazem arte, artistas fazem dinheiro". "Da Lama ao Caos" é repleto de referência artísticas e mostra uma banda antenada e influenciada pelo aspecto político global e local. A experiência da música de protesto (Punk Rock e Rap) misturada ao caldeirão cultural brasileiro amplia o alcance das mensagens vocais e instrumentais.


Músicos, estudantes, designers, DJs desenvolveram o mangue beat no início dos anos 1990. "Os mangueboys e manguegirls são indivíduos interessados em hip-hop, colapso da modernidade, caos, ataques de predadores marítimos (principalmente tubarões), moda, Jackson do Pandeiro, Josué de Castro, rádio, sexo não-virtual, sabotagem, música de rua, conflitos étnicos, midiotia, Malcom Maclaren, Os Simpsons e todos os avanços da química aplicados no terreno da alteração e expansão da consciência", palavras do manifesto "Caranguejos com Cérebro" que, na época, tinha a semelhança contestadora do rap brasileiro.


Hoje, o Rap nacional possui vários estilos e pouca coragem para inovar. Os jovens e velhos artistas parecem estar acomodados, preferem seguir com segurança pelos caminhos da mesmice ou da novidade enviada pelos EUA. "Da Lama ao Caos" jogou o banditismo musical na cena, trouxe Rock, Rap, coragem, dinheiro e bala.


Como diria Jorge du Peixe, atual vocalista da Nacão Zumbi, o som revolucionário é de "tiro certeiro". Ponto para quem é do Rap e conhece a importância de "Da Lama ao Caos". O disco é de 1994, são 15 anos desde o seu lançamento. Quem vai modernizar o passado?




Nenhum comentário:

Postar um comentário