Na batida da consciênciaO POVO Online - CE,BrazilSegundo Preto Zezé, coordenador geral da Cufa Ceará, o RPB tem potencial para “dar uma renovada no gênero e estimular um pouco essa produção do pessoal mais ...
Música
Na batida da consciência
A última eliminatória da etapa cearense do festival RPB (Rap Popular Brasileiro) investe também em um alerta para os danos causados pelo crack
Débora Medeiros especial para O POVO20 Jun 2009 - 01h50min
Ao longo do mês de junho, o rap tem ecoado em toda a sua diversidade pelas ruas de Fortaleza, na voz de grupos com histórias e trabalhos únicos, que, ao mesmo tempo, refletem as comunidades onde estão inseridos. Foi a etapa estadual do Festival RPB (Rap Popular Brasileiro), do qual participaram 19 grupos vindos de Fortaleza, Maracanaú, Sobral e Juazeiro do Norte. Hoje, será escolhido o representante do Ceará para a final nacional, que acontecerá no Rio de Janeiro, no dia 26 de setembro. A terceira eliminatória regional do Festival RPB começará a partir das 16 horas, no Teatro da Boca Rica, e contará com a participação de seis grupos. VM da Rima, Erivan/Produtos do Morro e Quilombo Favela, selecionados na primeira eliminatória, no dia 30 de maio, competirão com Elemento Suspeito, Pretos MCs e Violência Direcionada, classificados no dia 13 de junho. Muitos dos competidores estão iniciando a carreira agora e o festival, promovido pela Central Única de Favelas (Cufa), é uma boa oportunidade para se tornarem mais conhecidos entre o grande público e os colegas de cena. Segundo Preto Zezé, coordenador geral da Cufa Ceará, o RPB tem potencial para “dar uma renovada no gênero e estimular um pouco essa produção do pessoal mais novo”. Enriquecendo o diálogo musical, o grupo paulista RZO, composto por Sandrão, Helião e o DJ Cia, também subirá aos palcos, às 22 horas. Responsável por lançar nomes como Negra Li e Sabatage, o RZO tem como temática a cidade de São Paulo e o que ela representa para os músicos componentes do grupo, em letras que misturam lirismo e protesto. Fazendo jus ao caráter de crítica social tão presente no rap, a final cearense do Festival RPB também alerta para um fenômeno recente na cidade: a rápida disseminação do crack. Hoje, será lançado o CD com a trilha sonora do documentário Selva de Pedra – a Fortaleza Noiada, fruto de uma parceria entre a Cufa, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, o Governo do Estado do Ceará e o Banco do Nordeste. O documentário em si só será lançado em agosto, mas vai ser possível conferir algumas cenas hoje à tarde. Preto Zezé também adianta como se deu a produção do filme: “Passamos mais ou menos três anos entrevistando principalmente usuários de crack, enfocando o impacto social: o cara que vai morar na rua por causa do crack, a menina que começa a se prostituir, a mulher que sofre violência em casa por algum usuário...”. Além de conscientizar o público sobre as consequências da drogadição, o documentário terá como um dos seus principais resultados o lançamento da campanha Aliança Social Contra o Crack. “A Aliança é um movimento que a Cufa tá puxando junto aos órgãos governamentais e não-governamentais contra o crack no nosso estado. O CD e o documentário já são ações nossas, mas é preciso muitas outras, envolvendo toda a sociedade”, afirma o coordenador da Cufa Ceará. SERVIÇO FESTIVAL RPB - Final da etapa cearense com show do grupo RZO e lançamento do CD Selva de Pedra – a Fortaleza Noiada. Hoje, a partir das 16 horas, no Teatro da Boca Rica (rua Dragão do Mar, 260. Praia de Iracema). Ingressos: R$ 5. Outras informações: 3227 2839.
Novidades no rapDiário do Nordeste (Assinatura) - Fortaleza,CE,BrazilSobem ao palco para essa despedida local do Rap Popular Brasileiro - promovido no Ceará pela representação local da Central Única das Favelas (Cufa), ...
Caderno 3
FESTIVAL (20/6/2009)
Novidades no rap
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O Quilombo da favela é um dos seis grupos da nova geração de rappers de Fortaleza que disputam hoje a final do RPB Festival, no Teatro da Boca Rica
Preto Zezé: "Queremos trazer à tona esses poetas do povo que estão fazendo uma verdadeira sociologia de rua"
O Teatro da Boca Rica recebe hoje a final do festival RPB - Rap Popular Brasileiro, que procura abrir espaço a novos grupos do Ceará. Com direito a lançamento de disco, prévia de documentário e a show do RZOFala na língua do rap! Ritmo e poesia seguem como uma forma de expressão para um número crescente de jovens, que encontram no rap a chance de fazer, mais do que sua própria música, um retrato de uma realidade. De cores difíceis, na maioria das vezes, mas nem por isso desprovida de entusiasmo pelas possibilidades de mudanças, a partir de diálogo, convivência, articulações.Nesse ponto, a tribo do rap dá lição a muitos artistas e produtores que reclamam de dificuldades para buscar seu espaço e mostrar seu trabalho. A busca de parcerias vai aos poucos abrindo caminhos que, não raro, levam mais longe do que muitos poderiam pensar. O resultado é uma rede de contatos que se estende nacionalmente, favorecendo um constante intercâmbio entre cenas e o desenvolvimento de novas atividades.Exemplo disso é o RPB Festival, cuja final cearense acontece hoje, a partir das 16h, no Teatro da Boca Rica, reunindo seis grupos selecionados entre 19 concorrentes, que se apresentaram em duas eliminatórias ao longo deste mês. Sobem ao palco para essa despedida local do Rap Popular Brasileiro - promovido no Ceará pela representação local da Central Única das Favelas (Cufa), com apoio da Prefeitura de Fortaleza e do Banco do Nordeste, e voltado à revelação de novos artistas do gênero - os grupos Violência Direcionada, Quilombo Favela, Erivan/Produtos do Morro, Pretos MCs, VM da Rima e Elemento Suspeito.O grupo preferido pelo júri formados por rappers e DJs, a partir dos quesitos letra, música e performance de palco, receberá prêmio de R$ 500,00 e estará classificado para participar da final nacional do festival, no Rio de Janeiro, marcado para 26 de setembro. O segundo e o terceiro colocados levam, respectivamente, R$ 300,00 e R$ 200,00. Já na etapa nacional, a premiação para o grupo de maior destaque chega a R$ 5 mil, além da vaga para se apresentar no Festival Hutúz 10 Anos, que acontece no Canecão.Rap e renovaçãoA busca por espaço para novos artistas do rap na cena cearense, em que grupos seguem sendo formados com bastante freqüência, é destacada por Preto Zezé, da Cufa-Ceará, entre os objetivos do festival. ´Queremos potencializar e dar visibilidade à juventude excluída, estimulando a produção cultural e trezendo à tona esses poetas do povo que estão fazendo uma verdadeira sociologia de rua, quando retratam a realidade em que vivem´, ressalta. ´A idéia é levar à cena pública, tão acostumada a só ver violência em tudo, a produção musical que antes ficava restrita somente às comunidades. Novos talentos estão sendo descobertos nesse processo, muita gente boa´, considera o rapper e produtor.Além dos grupos participantes do festival, o sábado de rap no Boca Rica terá também um show do grupo paulistano RZO, o Rapazes da Zona Oeste, dos rappers Helião e marcado para as 22h. E ainda o lançamento do CD-coletânea ´Selva de Pedra - A Fortaleza Noiada´, com 12 faixas de artistas e grupos locais, e a apresentação de trechos de um documentário - ambos focados em raps referenciados no fantasma do crack.´Percebemos que o crack causa vários danos sociais em níveis maiores que outras drogas, como prostituição, violência a idosos, mulheres... É a droga capaz de causar o maior estresse social.O documentário, que será lançado no final do mês nas regiões Sudeste, Sul e Centro-oeste, é fruto de uma pesquisa de quatro anos sobre o impacto do crack´, aponta Zezé, citando planos para a criação de uma ´aliança nacional contra o crack´. E, ainda, para o lançamento de um novo evento, a se chamar Bradan - Brasil Break Dance, fazendo a ponte entre o rap e a dança de rua. Entre os muros da selva de pedra, o rap se articula. FIQUE POR DENTROEm áudio e vídeo, vozes sobre o impacto do crackO CD-coletânea e o documentário apresentados hoje, por ocasião da final do RPB Festival, constituem um alerta sobre a invasão da droga nas metrópoles. O disco traz faixas dos artistas/grupos RDF (´O crack´), VM na Rima (´Viagem sem volta´), Além da Idéia (´K´nóia´), Neguim do Rap (´Que droga maldita!´), Erivan/Produtos do Morro (´A música da pedra´), Periferia Alerta (´Pedra sobre pedra´), 288-FQ (´Dúvidas e dramas´), Lampião Clã (´Fantoches das drogas´), Franzé do Rap (´Pare pra pensar´), Nego Célio (´Liberte-se´), Quilombo Favela (´Perdendo a vida por bobagem´) e Pretos MCs (´Escolha seu caminho´). De acordo com os realizadores, o documentário ´Selva de Pedra ´ a Fortaleza Noiada´ procura ir além de uma postura denuncista, ou da busca de culpados, abordando as contradições e as dificuldades para compreender ´uma das maiores pragas que já recaíram sobre a juventude fortalezense e do Brasil´. Outro objetivo é a reflexão sobre o impacto do crack no aumento dos números de crimes relacionados ao consumo da droga, sem, no entanto, legitimar a recorrente visão do usuário como um doente ou um bandido.Mais informações:RPB Festival - final cearense. Hoje, a partir das 16h, no Teatro da Boca Rica (R. Dragão do Mar, 260, Praia de Iracema). A partir das 22h, show do grupo RZO (SP). Ingressos: R$ 5,00 (individual). Contatos: 3227-2839 www.festivalrpbceara.blogspot.com.DALWTON MOURA E SÍRIA MAPURUNGARepórteres
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